sábado, 17 de outubro de 2015

Criaturas e seu mistério...




Criaturas expulsas do paraíso e abandonadas à sua própria sorte e que sem a abundância paradisíaca e o acolhimento criador do destino se encontram lançadas na necessidade natural e, por isso, destinadas à satisfação da necessidade natural com o "suor do seu próprio rosto".


Ainda hoje esta é a "lei" porque o paraíso é visto como a oferta ou abundância paradisíaca e a riqueza ou o capital é esta oferta ou abundância que, mais do que satisfazer a procura ou a necessidade natural, acolhe a criação/a libertação do destino ou acolhe a liberdade/criatividade como destino. E, por outro lado, a procura de satisfação ou a necessidade natural de satisfação impõe o suor do próprio rosto, a exploração do próprio trabalho humano como abandono à obrigação/escravidão do destino, quer dizer, à pobreza ou prisão da exploração do trabalho humano.


Há quem interprete o paraíso como o útero e quem nele vive como não-nascido, logo, os nascidos são todos que foram expulsos do útero paradisíaco e que se encontram abandonados no mundo externo. Novamente a questão da maioridade se torna a questão das criaturas abandonadas à sua própria sorte, ao suor do próprio rosto ou à exploração do próprio trabalho, onde os tutores são aqueles que administram e possuem a riqueza ou o capital e os tutelados são os administrados e possuídos que são controlados pelas suas necessidades naturais a viver numa relativa pobreza ou aprisionados na exploração do seu próprio trabalho humano.


O bem e o mal está presente aí como experiência da abundância paradisíaca e da necessidade natural, como experiência da riqueza e da pobreza, como experiência do desejo e do trabalho, como experiência da liberdade e da prisão (e vice-versa). Mas, se este é o conhecimento ao qual temos acesso, o bem e o mal, então ele está baseado no uso ou manipulação do já criado ou da vida a que temos acesso como criaturas. Donde o conhecimento que nos falta é o da vida, da criação ou ao que se pode ter acesso como criador. E, no entanto, consideramos que, como criaturas que dispõem do trabalho, podemos sair da necessidade e ter acesso à abundância do desejo e, talvez, por aí à liberdade de criar ou à livre criação que parece caracterizar a vida, logo, consideramos que é a partir da abundância da riqueza ou do desejo que poderemos ter acesso ao conhecimento da vida e não mais tão somente ao conhecimento do bem e do mal, ainda que essa abundância da riqueza ou do desejo pareça estar muito comprometida precisamente com o conhecimento do bem e do mal na vida e não com o conhecimento da própria vida.


E é interessante que se represente a escolha da abundância paradisíaca, quer dizer, da riqueza ou capital como a escolha da classe capitalista ou burguesa que escolhe as coisas e que se represente a escolha da necessidade natural, quer dizer, da pobreza ou exploração do trabalho humano como a escolha da classe trabalhadora ou proletária que escolhe as energias humanas ou a vida das criaturas. Ou seja, é interessante que se represente a escolha das coisas criadas não só como escolha do bem da abundância mas também com escolha do mal do criado e que se represente a escolha das energias das criaturas não só como a escolha do mal da necessidade natural mas também como do bem da vida das criaturas. O mal do capital é ficar com o ter as coisas e o bem do trabalho é ficar com o ser da vida das criaturas. Mas, o ter as coisas do capital é ter os meios de produção, ou seja, é ter o útero e o ser da vida das criaturas do trabalho é ser as energias humanas de trabalho/produção, ou seja, é ser o sêmen. A vida e o processo de sua reprodução estão presentes aí. No entanto, é um equívoco crer que ter o útero ou meios de produção é ter as coisas porque não basta ter o útero ou os meios de produção e é preciso ainda ser óvulo, tampouco basta ser sêmen ou energia humana vital para ser vida porque é preciso que os espermatozoides sejam férteis.


Criaturas que por mais que se aprofundem no conhecimento da vida ainda se encontram limitadas à reprodução da vida, quer dizer, ao conhecimento do que é bom e mau na vida e nas condições de vida, logo, também ao conhecimento do bem e do mal no uso da vida, mas não ainda livres para criar a vida, mesmo quando sonham ser criadores da vida tal qual Prometeu, ainda é do trabalho criativo da reprodução da vida que se trata, afinal Prometeu deu forma humana ao húmus da terra (óvulo) e nela introduziu a centelha do céu (espermatozoide) como conteúdo, ou ainda, deu ao corpo humano do húmus da terra a alma celeste da centelha do céu. O pai por ser "abstrato", "invisível" é popularmente tido como "desconhecido", enquanto que a mãe por ser "concreta", "visível" é tida por "conhecida" ou como assume o taoismo no "Tao Te King": "O paí é o Ignoto e a mãe é a Designação, mas um e outro são (constituem) o Tao".


Criaturas e seu mistério...



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

... entre a religião e a ciência do...




A cosmologia parece seguir a Bíblia. Nesta os humanos foram criados no final do processo de criação, logo antes de o criador ou o processo criativo parar para descansar ou morrer e que sua obra, a criação, que também pode ser chamada de criatura, ousasse agir por sua própria conta como quem alcança a sua maioridade.


É curioso que o projeto genoma tenha descoberto a existência de dois pais primordiais e de apenas uma mãe original, ou seja, é curioso que confirme que Eva primeiro experimentou do fruto proibido com a serpente e depois o experimentou com Adão, logo, os dois pais primordiais foram a serpente e Adão, enquanto que Eva permaneceu sendo a única mãe original.


Também é curioso que o maior mistério da criação segundo a Bíblia também seja o maior mistério segundo a ciência, ou seja, a vida é o supremo mistério da Bíblia e da ciência. E é ela que guarda e porta o segredo da criação e/ou da divindade.


Então, a maior observação a respeito é a de Shakespeare: "Existe muito mais coisa entre o Céu e a Terra do imagina nossa Vã Filosofia".



quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Críticas e automáticas atividades mortas versus oportunas e humanas atividades vivas?!




A especialista em finanças pessoais do Jornal da Globo, Mara Luquet, faz uns dois dias, comentando uma reportagem sobre o grande poder de compra ou de consumo das comunidades, ao observar que isso resultava da pesquisa de mercado feita pelas pessoas dessas comunidades, falou, salvo engano, que "faltava emprego mas sobrava trabalho", dando a entender que "trabalho" eram os empreendimentos que davam certo e traziam à tona o alto poder de compra e de consumo dessas comunidades. Bernard Stiegler é autor de "L'emploi est mort, vive le travail!" ("O emprego está morto, viva o trabalho!"/https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=bernard+stiegler+l%27emploi+est+mort) e vem divulgando que o emprego se encontra condenado à morte, enquanto que o trabalho está livre para viver.


Que eles estão dizendo?! Que as grandes empresas que dão emprego em massa à mão de obra estão em falta, seja por causa da "crise", seja por causa da "automação"; enquanto que os empreendimentos que dão trabalhos específicos à mão de obra estão florescendo, seja por causa da "oportunidade", seja por causa da "humanização".


Tanto a "crise" quanto a "automação" produzem o desemprego da mão de obra, quer dizer, a desumanização (crise e automação) das grandes empresas produz a humanidade desempregada. Mas o excesso de mão de obra ou energia humana sem emprego produz a "oportunidade" e a "humanização" do trabalho, ou seja, a "crise" e a "automação" liberam para a "oportunidade" e a "humanização" do trabalho.


O emprego em massa das grandes empresas está ligado a atividades repetitivas e sem vida que podem perfeitamente ser executadas por máquinas automáticas. Os trabalhos específicos dos empreendimentos em expansão estão ligados a atividades flexíveis e vivas que ainda não puderam ser deixadas aos cuidados de máquinas automáticas. Estas máquinas automáticas podem até mesmo ser usadas em grande quantidade pelos trabalhos específicos em expansão mas numa relação de dependência da informação "oportuna" e "humana" que entra nas "críticas" e "automáticas" máquinas "mortas" como "vida", melhor, como "emprego" para essas "críticas e automáticas máquinas mortas".


Então, podemos concluir que o "viva o trabalho" se trata de "oportunas e humanas atividades vivas" num mundo com "críticas e automáticas máquinas mortas"?!



terça-feira, 13 de outubro de 2015

O fetichismo da mercadoria é o imperativo categórico do valor?!




O escândalo do atentado na Turquia apontando a autoria para o governo só confirma a estranha maneira adotada pela Turquia para ajudar os EUA a combater o Estado Islâmico. Quando ela ataca o EI o alvo é deslocado para os curdos e o EI sai ileso dos ataques. E agora quando ela ataca os manifestantes curdos ela desloca a autoria para o Estado Islâmico.


Mas, o escândalo maior não são os EUA fingir que acreditam no governo turco e sim fingir que estão combatendo o Estado Islâmico na Síria, no Iraque e com a ajuda da Turquia. A saída da região com a entrada da Rússia, com o crime de guerra para os Médicos Sem Fronteiras e erro para os EUA no bombardeio do hospital no Afeganistão, parece indicar que os EUA querem sair de cena antes que não possam mais fazer parecer verdade o que é fingimento?!


Mas, qual é a política dos EUA com aqueles que treina e financia para guerrear? Bin Laden é o exemplo. Porém, antes dele são os diversos casos de ex-soldados veteranos de guerra dos EUA que cometeram assassinatos em série de cidadãos estadunidenses e depois se mataram, quase como se fossem homens-bomba. Homicida-suicida parece ser o resultado a que chegam veteranos de guerra dos EUA e também de grupos treinados e financiados pelos EUA, como a Al Qaeda. Deve vir daí a suspeita relativa ao Estado Islâmico.


O Estado Islâmico, dizem especialistas, foi financiado pela Arábia Saudita, Qatar, potências ocidentais e pela Turquia. Ora, como a nação mais bem informada do mundo pode não saber disso?! O financiamento da Arábia Saudita, do Qatar, da Turquia e de outros conservadores árabes é reconhecido pelos mais diversos especialistas. Os EUA só fingem porque querem manter relações com seus aliados conservadores, dizem os especialistas. E, por isso mesmo, no momento oportuno podem vir a se livrar do EI, porque a política oficial dos EUA é a que eles fingem, logo, é o fingimento que deve ser mantido como a política verdadeira enquanto que as atividades verdadeiras dos EUA devem ser mantidas sob sigilo e meramente como meios para manter a política verdadeira ou oficial, que é fingimento.


A argumentação que justifica o fingimento é chamada de pragmatismo e de Realpolitik, portanto, ainda que seja conhecida como atividade estadunidense não é exclusiva dos EUA e é adotada pela Alemanha, Rússia, França, China etc. De modo que "a verdade", como observou um amigo que mora na França, "é cinza, não é clara e distinta como queria Descartes". Claro e distinto é o fingimento e o imperativo categórico também é o fingimento, ou seja, eles só existem como política oficial, já que a verdade real é clandestina, oculta, cinza, imperativo hipotético.


Será que a explicação disso é que o fetichismo da mercadoria é o imperativo categórico da produção do valor?!



segunda-feira, 12 de outubro de 2015

É hora da intervenção dos EUA no último país do Eixo do Mal?!




Quem está efetivamente disputando com os EUA é a Rússia, então como considerar que quem pode disputar com os EUA é a China? Se a Rússia está disputando com os EUA é porque ela pode, certo?!


O chamado Eixo do Mal começa composto por Irã, Iraque e Coréia do Norte e, em seguida, inclui Cuba, Líbia e Síria.


O balanço atual mostra o Iraque em guerra civil sem fim depois de ter sido arrasado pelos EUA, mostra a Líbia em situação similar. Saddam Hussein foi preso, condenado e morto pelos EUA. Muamar Kadafi foi morto por milícias da Líbia. A Síria se encontra em guerra civil com apoio de interventores da UE e dos EUA que querem derrubar Assad, mas agora este conta com a intervenção direta da Rússia que visa combater o mais organizado grupo terrorista que é o Estado Islâmico. O Irã que estava sofrendo boicote chegou a um acordo com os EUA e não está mais sob bloqueio econômico e, inclusive, dá apoio à Rússia no combate ao Estado Islâmico e na defesa do governo de Assad. Cuba está em franco processo de distensão de relações com os EUA e quase chegando a um acordo que termine de vez com o bloqueio econômico de Cuba imposto pelos EUA. A Coréia do Norte permanece sofrendo bloqueio econômico e se mostrando disposta a guerrear com a Coréia do Sul, o Japão e os EUA. A China, que consegue manter algum controle sobre a Coréia do Norte, continua querendo ser reconhecida como economia de mercado, mas, ao mesmo tempo, também se mostra disposta a se defender do Japão e dos EUA a propósito de questões fronteiriças envolvendo a disputa territorial de ilhas na região. Além disso, a atual militarização do Japão e, em especial, a Parceria Trans-Pacífico obstaculizam seus esforços por ser reconhecida como economia de mercado e a fazem sentir necessidade de se defender com uma economia de guerra.


A estratégia dos EUA parece ser a de dar um "alívio" na região do Oriente Médio e de elevar a "tensão" na Ásia, em especial, ao redor da China. Mas, o Brasil também se encontra sob esta elevação da tensão e, ao que parece, sem muita chance de acordo com a UE e com os EUA, vai precisar muito mais da Rússia, da Índia, da China e da África do Sul do que antes. E é o "alívio" no Oriente Médio que tenderá a fortalecer as relações do Brasil com estes países no chamado BRICS, já que este "alívio" deixaria livre espaços de manobras para esses países se firmarem na região que sobra para eles entre a OTAN e a Parceria Trans-Pacífico. Porém, com certeza, em algum grau, o Brasil conseguirá fazer acordo com a UE e com os EUA, já que o "alívio" nas relações com Cuba e as influências de UE e dos EUA no Atlântico Sul, na África do Sul e na Índia não serão jogados fora.


Os EUA vão abrir mais uma frente de guerras na Ásia?! Querem intervir no último componente do Eixo do Mal, a Coréia do Norte, que não chegou a nenhum acordo e que se mostra disposto a ir à guerra?!


Os "alívios" com Cuba, Irã e Síria seriam para promover o "aperto" na Coréia do Norte?! E até onde o ataque à Coréia do Norte não é um ataque à China?!



domingo, 11 de outubro de 2015

Então, são os chineses que podem disputar com os EUA?!




A China é responsável pela Coréia do Norte, mas ela mesma optou por um novo modelo baseado nos EUA. O Vietnã também optou pelo novo modelo inspirado nos EUA, mas de um modo muito mais comprometido do que a China, até porque com a China ele já teve conflitos armados, dos quais, aliás, saiu vitorioso na defesa de seu território.


A China está ocupada em conseguir seu reconhecimento definitivo na OMC como economia de mercado para poder participar sem impedimentos e taxações no comércio internacional com outros países.


Os EUA dizem que fizeram a Parceria Trans-Pacífico para se contrapor à China que permanece sendo uma potência que abre os mercados dos diversos países no comércio internacional mas continua fechando os seus próprios mercados.


Os EUA estão se afastando da Síria e parece que também do Afeganistão e de toda a região e isto quando a Rússia entra na Síria e os EUA fazem a Parceria Trans-Pacífico. Ou seja, os EUA parecem dar uma folga para que a Rússia tenha vez na região entre a Otan e a Trans-Pacífico, logo para que ela fique no território que sobrou para ela e que vem sendo indicado como o composto pelo BRICS.


Os EUA, ao contrário de Israel, estão dispostos, como a UE, a reconhecer o Estado Palestino e, agora, com a Trans-Pacífico, podem ficar ainda mais dispostos. Os EUA parecem reconhecer que precisam dar espaço para a Rússia para melhor exercer seus controles e espionagens por toda parte. A Rússia tinha conseguido o apoio da extrema-direita da UE, mas, ao que parece, ele mingou depois que a UE se manteve relativamente aberta para receber os refugiados e imigrantes. A Rússia parece então ter percebido que tinha de garantir seus interesses de maneira direta e, por isso, foi intervir na Síria já que não poderia impedir a Parceria Trans-Pacífico nem tinha conseguido que o nacionalismo de extrema-direita contrário à UE a deixasse em paz na Ucrânia. A China se viu novamente contrariada nos seus esforços de ser reconhecida como economia de mercado pela OMC, mas não devido à própria OMC e sim devido à constituição da Trans-Pacífico e à constituição de Forças Armadas pelo Japão que fragilizam ainda mais China porque ocorrem precisamente quando ela reduz sua participação na produção e no mercado mundial para fazer reformas internas que a tornem mais aceita mundialmente como economia de mercado, ou seja, as forças internacionais parecem estar intervindo diretamente nas suas reformas internas ou, pelo menos, parecem estar querendo influir decisivamente nas suas próprias reformas internas e isto é algo inaceitável para a China, daí que ela reforce seus exercícios militares e poderios defensivos bem como seu apoio à Coréia do Norte. E, isso ocorre, logo no momento que ela se decidiu pelo aprofundamento no modelo dos EUA e na recusa do modelo da Coréia do Norte, o qual, por sinal, teve origem na própria China.


A retirada relativa da China do mercado mundial para poder ser reconhecida internacionalmente como economia de mercado nas atuais condições colocam para a China uma disjuntiva. Ou seja, em lugar duma retirada da economia de mercado mundial para desenvolver a economia de mercado interna fazer uma retirada da economia de mercado mundial para desenvolver ainda mais a economia interna sem mercado ou ainda fazer um retorno imediato à economia de mercado mundial adiando as reformas internas ou, finalmente, fazer aceleradamente as reformas internas para ser logo reconhecida como economia de mercado e voltar em melhores condições assegurando sua posição frente ao cerco da Trans-Pacífico e conseguindo superá-lo ou ultrapassá-lo, já que, como dizem, são os chineses que fazem das crises oportunidades, logo, são eles que conseguem permanecer com o Tao.


Então, são os chineses que podem disputar com os EUA?!



sábado, 10 de outubro de 2015

Qual o modelo?! Os EUA ou a Coréia do Norte?!




O Tao é composto por dois aspectos o luminoso Yang e o obscuro Ying, logo, o Tao é a Força, o Caminho, a Moral, o Modo de Vida, enfim, é o Poder que possui dois lados que são também dois usos que cada um deles faz do Tao e também dois usos que o Tao faz de cada um deles, quer dizer, de cada um dos aspectos ou lados de Si Mesmo.


"Como se efetivam as liberdades reais do ser que usa o lado luminoso de si mesmo?!"


Como se efetivam as liberdades reais do Tao que o usa o lado Yang de Si Mesmo/Yang? Como se efetivam as liberdades reais do Yang que usa o lado Yang de Si Mesmo/Tao?!


Como se efetivam as liberdades reais da Força que usa o Lado Luminoso do Lado Luminoso?! Como se efetivam as liberdades reais do Lado Luminoso que usa o Lado Luminoso da Força?!


Existem diferenças entre o Ser que usa a Consciência do/de Si Mesmo e o Si Mesmo que usa a Consciência do/de Ser?!


Aparentemente sim. Parece que o ser que usa a consciência de si mesmo é aquele que se fixa no livre pensar de sua consciência de si, enquanto que o si mesmo que usa sua consciência de ser se fixa no livre realizar de sua consciência de ser. São duas atividades que se diferenciam. Uma é a atividade de teorizar e a outra é a atividade de praticar. De um lado está a atividade de ser filosofia e do outro lado está a atividade de ser mundo. A primeira sai do ser ou exterioridade para a filosofia e a segunda sai de si mesmo ou interioridade para o mundo. Uma vai do real para o fantasiar e a outra vai da fantasia para o realizar. As liberdades reais, no sentido de presentes no mundo do realizar, são as que saem da fantasia para realizar a realidade, posto que as liberdades fantasiosas são as presentes no mundo do fantasiar e que saem do real para fantasiar a fantasia.


A vitória cabe àqueles que saem da fantasia para a conquista das liberdades reais e a derrota cabe àqueles que saem do ser real para a conquista das liberdades fantasiosas. Quem sai da fantasia para as liberdades reais consegue sair da unidade para a diversidade. Já quem sai da realidade para a fantasia consegue sair da diversidade para a uniformidade.


Estamos numa época que faz da fantasia realidade virtual, ou seja, numa época que conquista a liberdade real do virtual. E, nessa época, não tem mais sentido fazer do real uma virtualidade fantasiosa, quer dizer, conquistar e vestir a a fantasia virtual do real.


Os meios de realização ou de produção do real mais avançados implicam a internet e a robótica. Não se avança e nem se liberta com eles quem os quer meios de idealização ou de produção da fantasia mais uniforme que implicam a estatização e uso exaustivo do tempo de trabalho humano.


O Tao é os EUA ou é a Coréia do Norte?!



O Tao na Ideologia Alemã, mas, afinal ele é dos EUA ou da China?!




"... homens empíricos historicamente mundiais..." são aqueles que na "Ideologia Alemã" são capazes de fazer a revolução social. Quem são eles? Os burgueses e os proletários.


É nos filmes de caubóis que vemos as roupas jeans por todo lado. Por isso que a música sertaneja é suspeita de ser originalmente estadunidense e o mesmo cabe para as festas de rodeio. Já a vestimenta jeans sem dúvida é de origem estadunidense. Mas, o mesmo cabe para os chamados "blue-collar" em oposição aos chamados "white-collar", ou seja, o macacão jeans ou a calça jeans com camisa jeans eram as roupas dos trabalhadores estadunidenses antes de ser a dos jovens estadunidenses. Já os ternos e gravatas eram as roupas dos administradores e burgueses estadunidenses. Hoje, Bill Gates, Steve Jobs e Mark Zuckerberger usam as roupas jeans dos "blue-collar". Aliás, muito antes deles, quem as usava era Albert Einstein. Portanto, numa leitura informada pela "Ideologia Alemã", ficamos sabendo que o Tao são "homens empíricos historicamente mundiais", mas é também lá que ficamos sabendo que "a ideologia dominante é a ideologia da classe dominante", logo, no caso é a ideologia dominante dos EUA que com a internet se consolida como a ideologia dominante dos "homens historicamente mundiais" ou vestidos de esquerda.


A esquerda pode ficar descansada porque com a análise da "Ideologia Alemã" ela pode continuar usando jeans e berrando "Yankees, go home!" sem nenhum problema, já que o faz na qualidade de membro do conjunto dos "homens empíricos historicamente mundiais".


Mas, Tao não é originalmente chinês?!


"... Marina é da praia,
 não é de ninguém,
não pode ser sua
nem minha também..."


Então, a ideologia dominante da classe dominante é também democrática, comum ou... "comunista"?!


O "comunismo" é o jeans?! Portanto, "ele é o Tao, é o Tao, é o Tao...", mas é estadunidense ou é chinês ("comunista")?!



Quem é o Tao?




Ontem vi um homem de uns 80 anos, cerca de 1,80 de altura, de calça lee ou jeans, mãos nos bolsos e ombros levemente arqueados para frente, usava barba, completamente branca como os cabelos, e usava óculos e quase que eu disse "e aí, companheiro, como vai a esquerda? Para onde vai a esquerda nessa crise?".


O uniforme da esquerda é o do adolescente ou do jovem estadunidense desde os anos 40/50 para cá. As vestimentas foram produzidas originalmente nos EUA, o gestual é de Hollywood e o modelo é anticapitalista, anti-imperialista e adora dizer "Yankees, go home!".


A esquerda mundial quer que a juventude estadunidense lidere a revolução mundial ou é a esquerda mundial que se espelha na juventude estadunidense e é liderada pelo "american way of life" ou pelo Tao dos EUA?


Quem é o Tao? O fetiche da mercadoria jeans e de Hollywood ou o modelo/"força humana de trabalho" que a mede com seu quantum de tempo de trabalho humano?



sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Quem tem o Tao? Quem é o Tao?!




Na "Arte da Guerra" de Sun Tzu se encontram fundamentações para duas considerações que fizemos. Uma é que os Estados Unidos parecem ser imbatíveis e superpoderosos e a outra é que os agentes ou espiões dos EUA que denunciam e combatem a espionagem dos EUA como tirania se mostram ainda mais estadunidenses quando fazem isso do que caso não fizessem isso. Noutras palavras, esses agentes ou espiões parecem ser fiéis seguidores do "american way of life" e é precisamente a hegemonia deste "way of life" que faz os Estados Unidos serem imbatíveis e superpoderosos.


Na "Arte da Guerra" o mais importante aspecto é o Tao, o Caminho ou a Moral, ou seja, quem consegue garantir isso garante a vitória antecipadamente. E é precisamente o "caminho americano de viver" ou o "modo de vida americano" que está garantido por toda parte com a supremacia do seu "(american) way of life". Se fala também em cinco tipos de espiões. O espião nativo ou local que permite mapear a nação ou o local; o espião interno ou comprado que passa informações sobre o governo ou a organização do inimigo; o espião convertido ou duplo que conduz o governo ou a organização do inimigo a mudar de lado e para as mãos amigas; o espião enganado, condenado ou morto que leva informações falsas para o inimigo; o espião esclarecido, salvo ou vivo que leva-e-traz informações verdadeiras.


O espião estadunidense da NSA, que acabou fixando moradia na Rússia, aí chegou na condição de que tipo de espião? Sendo um espião dos EUA que vai para outro país ele não é certamente um espião nativo por não ser nativo da Rússia e pelo mesmo motivo também não é um espião interno. Por ser oriundo dos EUA ele pode ser tanto um espião condenado quanto um espião salvo, mas também pode ser um espião duplo ou convertido. Mas, como se sabe, ele não é um espião convertido ou, pelo menos, procura demonstrar que não é ao emitir críticas à tirania do governo russo e se mostrar como quem luta contra as tiranias tanto dos EUA quanto da Rússia. E é aí que ele se revela ou procura parecer ser alguém fiel à liberdade que é propagada pelo "american way of life", logo, parece ser um espião nativo e interno dos EUA que, em nome da liberdade e da democracia, quer passar informações para o resto do mundo, ou seja, ele se assume como espião duplo para poder corrigir um desvio dos EUA do "american way of life" e não para trair os EUA, portanto, se considera como espião vivo que leva-e-traz informações verdadeiras para glória do "american way of life" ou a liberdade, ainda que seja tratado como espião condenado pelo sistema tirânico dos EUA que está combatendo e que o chama de desertor, quer dizer, de espião nativo e interno que se passou para o outro lado ou que se converteu e se tornou um espião salvo ou vivo para o inimigo e que, por isso, está condenado e deve ser morto.


Ora, o que se vê é a moral, o caminho ou "way of life" dos EUA sendo usados pelo espião para justificar suas denúncias do sistema de espionagem e controle dos EUA sobre o mundo e seus próprios cidadãos estadunidenses. O que ele difunde é que os EUA possuem um sistema de espionagem e controle superpoderosos. Isto é verdadeiro ou falso? Verdadeiro e falso?! Quem sabe? É possível que os EUA queiram difundir tanto a verdade quanto a falsidade a respeito do seu superpoderoso sistema de espionagem e controle. Os EUA podem inclusive querer fazer seus inimigos caírem em armadilhas de modo que sem se dar conta abrem portas que permitem aos EUA penetrar nos seus sistemas de segurança ou obter informações que permitam vir a entrar nesses sistemas de segurança.


Como se vê é através dos emaranhados ou labirintos de informações, melhor, de interpretações que buscam separar as informações verdadeiras das falsas que se caminha seja para conservar, seja para mudar um caminho, um modo de vida, uma moral ou "way of life".


Porque o estereótipo mundial do esquerdista no mundo ocidental é a figura de alguém usando calças jeans e com gestos característicos que foram imortalizados pelo ator estadunidense de vida curtíssima chamado James Dean?! Porque o auge do eurocomunismo também foi o auge do cinema na Itália?! Alguma relação entre a resistência comunista italiana e os aliados estadunidenses durante a Segunda Guerra?


Quem tem o Tao ganha todas as guerras.



Onde se encontra o iluminismo, a luz ou o lado luminoso da força?!




A sede da ONU fica nos EUA. Desde a Segunda Guerra Mundial que a reconstrução da Europa e do Japão é devida aos EUA. O experimento da União Europeia é visto com bons olhos pelos EUA, como se fosse uma maneira de fazer algo parecido com os próprios EUA ainda que sendo mais próximo duma ONU de caráter regional. Os EUA querem um acordo de livre comércio com a União Europeia e antes dele conseguiram o Acordo de Parceria Econômica Estratégica Trans-Pacífico. Com as relações que já possuem com a União Europeia e com a Parceria Trans-Pacífico os EUA isolam a China e a Rússia, além de parcialmente a Índia, a África do Sul e o Brasil.


O Oriente Médio, parte da África e da Eurásia ficam sendo as regiões de guerra quente e a elas se acrescentam as instabilidades na região asiática (Cashemira, Coréias, Indonésia etc.). Com a constituição da Parceria Trans-Pacífico essa região de guerras quentes e de instabilidades fica cercada pela Parceria Trans-Pacífico de um lado e pela União Europeia & Otan do outro. Para os BRICS restam poucos espaços de manobras para que possam constituir alguma atividade econômica significativa que escape desse cerco.


Quais os projetos dos membros dos BRICS? O que querem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul? O Brasil costuma dizer que quer ser membro permanente de Conselho de Segurança da ONU, mas não possui bomba atômica. A Rússia parece querer recuperar seu prestígio de segunda potência mundial. A Índia possui bomba atômica e parece querer entrar como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU e garantir que poderá continuar sendo uma potência e sem sofrer ataques como os do Paquistão e os dos problemas na Cashemira. A China tem bomba atômica e é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, como a Rússia, e parece ter alcançado a condição de principal locomotiva econômica depois dos EUA. A África do Sul, como o Brasil, não possui bomba atômica, mas é o país mais desenvolvido do continente e parece querer garantir seu desabrochar como potência econômica.


Brasil, Índia e África do Sul parecem seguir uma linha e tradição pacifistas. A Rússia foi o principal contendor de um dos lados da Guerra Fria e costuma financiar guerras. A China também é fruto da Guerra Fria e já se envolveu como apoio em algumas guerras, mas procura se manter o máximo possível à parte do envolvimento direto nas guerras e em financiamentos às mesmas. Se existe uma linha guerreira ela é em primeiro lugar da Rússia (ofensiva), em segundo lugar da China (defensiva ofensiva) e em terceiro lugar da Índia (defensiva defensiva).


A União Europeia quer ajudar os refugiados porque quer ser ainda mais responsável sobre os países e as regiões que originam refugiados, ou seja, quer ter justificativas para intervir ainda mais nesses países e regiões. A Rússia resolveu assumir responsabilidade direta na Síria precisamente para se contrapor às intervenções humanitárias da União Europeia e dos EUA e por se encontrar sofrendo bloqueio e boicote econômicos da UE & dos EUA em função dos conflitos na Ucrânia.


A conquista definitiva dessa região para os EUA, a UE e o Trans-Pacífico significa separar Rússia, China e Índia de África do Sul e Brasil, bem como estabelecer uma parceria estratégica entre a OTAN e seu similar no Transpacífico. A conquista definitiva dessa região para a Rússia, a China e a Índia significa consolidar a parceria entre eles e com a África e o Brasil pelos Oceanos Índico e Atlântico Sul, bem como partes do Antártico e Ártico.


O cerco dos EUA com a OTAN & UE, de um lado , e Trans-Pacífico, de outro, empurra para a intensificação dos conflitos nos palcos do Mediterrâneo, Oriente Médio, Afeganistão, Ucrânia, Síria, Norte da África, região da Cashemira, das Coréias, Indonésia etc. Noutras palavras, a Rússia que é basicamente a região geográfica da Eurásia se sente diretamente atacada e, na Ásia, tanto a Índia quanto a China se sentem ameaçadas, invadidas e constrangidas. A África do Sul visa defender seu próprio futuro e o de seus próprios vizinhos africanos. O Brasil, que sempre teve no Atlântico Sul sua vocação, que nele conquistou o direito a mais de 200 milhas marítimas e que, com a descolonização e a globalização, conseguiu aumentar suas relações no comércio internacional, faz parte desse conjunto de países que sentem seu próprio desenvolvimento implicado com o desenvolvimento da África, por ser este o continente situado entre a Eurásia (Rússia), parte da Ásia (Índia e China) e parte da América do Sul (Brasil).


Os conflitos entre o Japão, a Coréia do Norte e a China aumentaram. O Japão conseguiu voltar a ter direito a Forças Armadas recentemente antes de celebrar a Parceria Trans-Pacífico. Esta, por sua vez, conseguiu ser feita com a inclusão dos chamados Tigres Asiáticos e isto significa que, aparentemente, estão unidos ao Japão e separados da China e da Coréia do Norte e também da Rússia e Índia. A China, então, se sente sob cerco e é por isso, ao que parece, que aumentaram seus conflitos com o Japão. A instabilidade e a possibilidade de conflitos armados só parecem aumentar e envolver agora diretamente os EUA a partir da Parceria Trans-Pacífico.


As máquinas teleguiadas, inteligentes e/ou os robôs já estão sendo usados nas guerras faz tempo e, agora, as coisas só tendem a piorar. Não aconteceu nada daquilo que cientistas, como Isaac Asimov, que também era escritor, pensaram, visando impedir que a inteligência artificial fosse usada como arma contra os humanos. Ao contrário, agora, é possível que o Japão, o mais avançado na robótica, saia do uso pacífico para o uso militar dos robôs. "Guerra nas Estrelas", com a qual Reagan batizou a estratégia dos EUA, e as guerras entre humanos e máquinas da série "Exterminador do Futuro" estão se tornando realidade. A ambientação da "Guerra nas Estrelas" é toda com as roupagens e as místicas atribuídas aos países do Oriente Médio & Árabes. Já a ambientação do "Exterminador do Futuro" envolve guerrilhas atuais em situações de guerra civil para, de um lado, evitar a hegemonia das máquinas inteligentes, e, de outro, para viabilizar a hegemonia das máquinas inteligentes sobre os humanos. Quem tem a hegemonia das máquinas inteligentes no mundo virtual é os EUA e o Japão, como já vimos, é o mais avançado no âmbito da robótica. Então, são eles que promovem a "Guerra nas Estrelas" e o mundo no qual as máquinas inteligentes imperam sobre os humanos e visam o extermínio dos humanos.


No entanto, aquilo que Asimov batalhou a vida inteira para tornar realidade com o advento da inteligência artificial e que chamou de "as três leis da robótica" é algo que, em "Guerra nas Estrelas" aparece como o lado luminoso da força e em oposição ao lado obscuro da força, ou seja, é possível ter dois tipos antagônicos de relações com a inteligência artificial. E isto também aparece como as habilidades de um hacker que faz guerrilhas contra o todo poderoso sistema de inteligência artificial usando o próprio sistema de inteligência artificial.


O agente da NSA dos EUA que acabou ficando na Rússia e que tinha como aliado um jornalista estadunidense que vive no Brasil é simplesmente alguém que, por uma questão de consciência, denunciou a enorme espionagem e o espantoso controle exercidos pelos EUA sobre o mundo inteiro e mesmo sobre seus próprios cidadãos, ou é alguém que, por uma questão de planejamento estratégico, foi levado a denunciar, trazer à tona revelações do poderio dos EUA e a ficar na Rússia precisamente porque os EUA precisavam chamar adversários para o combate. E, mais do que isso, precisavam plantar observadores na Rússia e no Brasil que, quando se tornasse necessário, trariam à tona informações da Rússia e do Brasil, em conflito com suas consciências estadunidenses. Ou seja, eles seriam espiões estadunidenses mesmo quando não quisessem ser e isto seria parte do planejamento estratégico feito com o uso da inteligência artificial das máquinas. Esses estadunidenses que entram em confronto com o sistema em nome da liberdade viriam no futuro a entrar em confronto com a Rússia e o Brasil em nome da liberdade. Eles trazem e difundem o ideal de liberdade dos EUA e de forma tão consistente e poderosa que são capazes de lutar contra os próprios EUA em nome desse ideal de liberdade. Mas também são eles mesmos que são capazes de considerar que o ideal de liberdade não só não é assumido como está sendo inteiramente minado pela Rússia e o Brasil, daí que, em nome desse ideal de liberdade, sejam capazes de retornar aos EUA para combater as ameaças ainda maiores que as dos EUA ao ideal da liberdade que são aquelas oriundas da Rússia e do Brasil.


Ou seja, o planejamento estratégico de espionagem e controle da inteligência artificial plantou espiões e controladores que espionam e controlam para os EUA apesar de suas inteligências humanas se recusarem a espionar e controlar para os EUA. Ainda que a denúncia de suas inteligências humanas seja efetivamente real, estas inteligências humanas não percebem que estão sendo usadas pelo planejamento estratégico da inteligência artificial e isto porque culturalmente estão imersas quase que exclusivamente na cultura estadunidense da liberdade, logo, consideram que agiram todo o tempo como lutadores da liberdade, seja quando denunciaram a NSA, seja quando denunciaram a Rússia e o Brasil. Todo o tempo estes assumidos lutadores do lado luminoso da força foram usados pelo lado obscuro da força. As boas intenções da consciência de si libertária foram todas usadas pelo lado obscuro da força. Como se efetivam as liberdades reais do ser que usa o lado luminoso de si mesmo?!



quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Quem pode disputar com os EUA?




Portugal e Espanha foram os maiores navegantes durante um certo tempo, mas foi a Inglaterra quem acabou dominando a navegação mundial. O Bloqueio Continental imposto por Napoleão contra a Inglaterra acabou fazendo que a Independência na área espanhola se desse motivada no Libertador Napoleão Bonaparte que invadiu e ocupou a Metrópole espanhola, ou seja, toda a região de colonização espanhola da América Latina se percebeu liberta da Metrópole e podendo se tornar independente graças à ação do Libertador francês e, por isso, o movimento de independência se inspirou e assumiu como sua a figura do Libertador de modo que assim surgiram as figuras conhecidas como os Libertadores da América Latina. Já a independência da colônia portuguesa também teve por origem o Libertador Napoleão Bonaparte que igualmente invadiu e ocupou a Metrópole, mas como a Corte fugiu para o Brasil e o elevou à condição de Metrópole foi esta elevação à condição de Corte Metropolitana que inspirou o Brasil a assumir a independência na figura da Corte liberta de Portugal, daí que seja Dom Pedro I, o filho do Rei Dom João VI de Portugal, o primeiro Rei do Brasil Independente.


Com a derrota de Napoleão, Portugal e Espanha restauraram seus poderes de Metrópole, mas não no Brasil nem na maioria dos países da América do Sul colonizados pela Espanha. Portugal e Espanha permaneceram Metrópoles coloniais conservadoras e autoritárias que se situavam à margem ou isolados da Europa até à década de 70. Nessa época ocorre a descolonização e Portugal e Espanha não só abraçam formas parlamentares e democráticas de poder como também se inserem na Europa e acabam entrando na União Europeia.


Portugal chega a participar da Primeira Guerra e a Espanha fica neutra, mas durante a Segunda Guerra Mundial os dois países ficam neutros, isolados, como se estivessem fora da Europa.


Eis um fenômeno curioso. A ocorrência da descolonização coincide com o processo de formação da União Europeia, quer dizer, de associação íntima dos países desenvolvidos da Europa. E ontem foi anunciada a formação dum Acordo de Parceria Econômica Estratégica Trans-Pacífico que desequilibra todo o comércio internacional por envolver 40% da produção do mercado mundial. Ou seja, agora não se trata mais de ter monopólios coloniais e sim de ter mercados comuns ou comunidades de Estados-Nações que se unem entre si e, ao mesmo tempo, se separam dos demais mercados e Estados-Nações que não pertencem à sua Associação, Parceria, União e/ou Comunidade de Estados-Nações. Se antes os países desenvolvidos só se sentiam maiores por monopolizarem países não desenvolvidos, então, agora, parece que eles querem se sentir maiores por monopolizarem suas próprias comunidades desenvolvidas e deixarem de fora os países em desenvolvimento que, apesar de independentes, se sentem menores porque suas comunidades estão em desenvolvimento e necessitadas da produção das comunidades desenvolvidas. A monopolização não é mais colonial e sim uma monopolização democrática dos países "metropolitanos", os quais, com seu exemplo de associação democrática, incentivam os demais a também tentarem fazer associações democráticas de seus Estados-Nações.


Outro fenômeno curioso. Na época das grandes navegações e dos descobrimentos das Américas os países procuravam dominar o comércio internacional através de monopólios coloniais e pirataria. Agora, na época das grandes navegações virtuais e dos descobrimentos do ciberespaço os países (leia-se os EUA) procuram dominar o comércio internacional em tempo real online através de grandes companhias virtuais (Microsoft, Apple, Google, Twitter, Facebook) que oferecem serviços de redes sociais e através dos hackers ou piratas cibernéticos (que podem ser dessas empresas, podem ser independentes ou de países que tentam se contrapor ao domínio quase exclusivo das ou dos grandes dos EUA).


Para as atuais organizações dos países em associações, parcerias, uniões ou comunidades a estruturação em rede presente no ciberespaço é a mais adequada, mas, ao mesmo tempo, também é reveladora de quem domina o conjunto do mundo real e do mundo virtual: Estados Unidos. A globalização do mercado neoliberal e o ciberespaço em rede beneficiam a hegemonia dos EUA e são monopólio dos EUA.


No passado, Portugal e Espanha foram hegemônicos no início, mas, depois, foi a Inglaterra que conseguiu superá-los na hegemonia dos mares e monopólios coloniais. Atualmente, os EUA são hegemônicos nos mundos real e virtual, mas existem aqueles que são considerados candidatos à conquista dessa hegemonia real e virtual. Falam muito da China. Já se falou muito do Japão. Existe alguma expectativa com a União Europeia. E, além disso, atualmente, se supõe que a Rússia está se sentindo acuada e reagindo contra o cerco e buscando retomar seu poderio de Segundo Mundo ou seu Poder de Segunda Potência Mundial.


Talvez se conhecendo melhor a época da disputa entre Portugal, Espanha e Inglaterra se possa entender melhor a disputa com a hegemonia atual dos EUA. Essa parece ser a melhor pista para a compreensão desse fenômeno social. Portugal e Espanha dispunham dos melhores meios para navegar, tanto do hardware dos navios quanto do software dos conhecimentos cartográficos de navegação. Atualmente, são os EUA quem possuem o hard e o soft tanto do mundo real quanto, em especial, do mundo virtual online.


Quem pode disputar com os EUA?



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O usuário, a menoridade e a maioridade...?!




Sair da menoridade e entrar na maioridade é a questão. E cada vez mais é viável a emancipação dos trabalhadores do tempo de trabalho, quer dizer, da produção medida pelo tempo de trabalho, porque é cada vez mais viável a produção medida pelo tempo livre. E, nesse caso, quem entra em relação com a produção não é mais o trabalhador e sim o usuário da maquinaria automatizada, ou seja, aquele que se relaciona com a produção através do tempo livre e não mais se relaciona com a produção por meio do tempo de trabalho, porque "quem" pratica um tempo de trabalho automático é a maquinaria, já quem pratica um tempo livre do tempo de trabalho automático é o usuário. Mas é o uso desse tempo livre que mensura o tempo de trabalho automático da produção da maquinaria, ou seja, é o tempo livre que mede a produção automatizada, já que o trabalho humano é o único que cria valor e pode medir a produção de valor. Ora, o tempo humano deixou de ser um tempo de trabalho, logo, deixou de ser medida da produção de valor e o tempo automático não pode ser considerado como tempo de trabalho por ser tempo da maquinaria e não do humano. Portanto, o tempo humano passou a ser um tempo livre de forma dupla, já que o tempo automático da maquinaria não pode ser considerado como tempo de trabalho humano ou, mais simplesmente, tempo de trabalho; por outro lado, o humano se relaciona com a produção automática por meio de seu tempo livre que apenas informa o que quer da produção automática, de modo que esta produção automática só produz aquilo que o tempo livre humano solicita ou requer. Noutras palavras, a medida da produção automática é o tempo livre humano, mas o tempo livre humano é produção de valor de uso e não de valor-trabalho, por isso mesmo, quem se relaciona com a produção automática de valor de uso é o usuário e não o trabalhador, já que este se relaciona com a produção ainda não automática de valor de uso e valor-trabalho. O tempo livre é produção automática de valor de uso e de valor-livre, de livre-valor ou livre do valor, logo, é produção automática de valor de uso e de uso livre, quer dizer, de valor de uso e de valor de uso ou de usuário.

O usuário na atualidade é o consumidor globalizado de mercadorias, quer dizer, de produtos que são valores de uso e valores. E os produtos da atualidade só são uma globalização de mercadorias, uma globalização do mercado porque a aquisição dos produtos continua sendo feita através do uso do tempo de trabalho como medida da sua produção, aliás, frente à crescente impossibilidade de usar o tempo de trabalho como medida direta da produção a globalização do mercado usa o tempo de trabalho como medida indireta da produção ao torná-lo medida direta da sua realização no mercado, ou seja, é preciso trocar um tempo de trabalho como vendedor de mercadorias para poder receber o valor que permite comprar as mercadorias necessárias ao consumo humano.


O que merece um estudo são os processos de produção e de transferência do valor. Em geral, a Sociedade Civil é vista como o locus da produção do valor e o Estado é visto como o locus da transferência do valor. Mas, o período que sucede o Liberalismo que é mesmo período que antecede o Neoliberalismo se caracteriza pelo Estado que, além de ser locus da transferência do valor, é ainda locus da produção do valor, quer dizer, se caracteriza por relativo predomínio da chamada economia nacional sobre a chamada economia política, de modo que o monopolismo de Estado é aceitável e legitimado enquanto que o monopolismo privado da Sociedade Civil é inaceitável e ilegítimo. O Neoliberalismo vai inverter isso considerando inaceitável e ilegítimo o monopolismo de Estado e considerando aceitável e legítimo o monopolismo privado da Sociedade Civil porque com a redução do monopolismo de Estado proliferam as livres iniciativas não-monopólicas da Sociedade Civil e o monopolismo privado pode ser reduzido com o aumento da livre-concorrência das empresas e dos empreendedores da Sociedade Civil.


O tempo livre é saída da menoridade e conquista da maioridade ou é entrada na menoridade e perda da maioridade?! Ou ambas possibilidades?!



domingo, 4 de outubro de 2015

Essa é a questão!




A menoridade dos países latino-americanos é o que explica porque sendo todos do novo mundo só interpretem o velho mundo.


Com a Independência os países latino-americanos não saíram da menoridade, mas, ao contrário, afirmaram sua menoridade, quer dizer, aquilo que veio a ser chamado de Dependência, ou seja, a condição de mercado cativo, subordinado, satélite dos países maiores, independentes, tanto do velho quanto do novo mundo.


Mas essa menoridade atualmente não é mais um fenômeno localizado nos países latino-americanos e sim um fenômeno que acompanha a globalização do mercado resultante da Descolonização generalizada e/ou da Independência generalizada que marca o fim da Colonização generalizada.


Esta menoridade hoje foi globalizada por todos os países Descolonizados ou Independentizados. Mais do que isso essa menoridade não só está presente como vem sendo expandida no interior mesmo dos países maiores.


A menoridade é dependência mercantil do usuário cativo da produção do maior tutor. Logo, conquistar a Independência seria conquistar a maioridade e se livrar da produção dos maiores tutores. Porém, foi precisamente a conquista da Independência que tornou firme essa menoridade, ou seja, a conquista da Independência não foi e não é a conquista da maioridade. Pelo contrário, a Independência se mostra como o reconhecimento duma menoridade alfabetizada que é capaz de interpretar a ideologia dominante do velho mundo europeu e do novo mundo dos EUA e Canadá. Porém, esta menoridade não entra na maioridade de ser capaz de mudar o mundo, a começar pelo seu mundo e, em seguida, o mundo dos países com os quais se relaciona. Não é capaz de conquistar a sua maioridade e de vir a constituir-se membro dum mundo de maiores associados. Os tutores também não mostram interesse num mundo de maiores associados, ainda que admitam a ONU como associação generalizada de todos, quer dizer, de menores tutelados/dependentes e de maiores tutores/independentes. Além disso, os tutores costumam fazer suas próprias associações fora da ONU, como a do G-7 (ou é G-8?).


A saída da menoridade e conquista da maioridade nos casos dos dependentes ou usuários de drogas se faz por meio de um processo que começa pela admissão da dependência das drogas e que a partir dessa admissão inicia uma luta diária pela abstinência ou não uso de drogas. Como se aplica isso no caso dos países que se encontram na menoridade/dependência?


A primeira coisa que chama a atenção é que a saída da menoridade e entrada na maioridade dos dependentes ou usuários de drogas é uma luta diária, pessoal e desenvolvida em grupos de dependentes ou usuários que se organizam para se ajudar mutuamente e sem recorrer a qualquer financiamento que não seja o dos seus próprios membros associados. E isso corresponde àquilo que sempre foi defendido pelos movimentos de classe dos trabalhadores e, em especial, por Marx & Engels como pensadores desses movimentos. Ou seja, a riqueza que é defendida, em primeiro lugar, para conquistar a maioridade é a riqueza da própria saúde natural humana ou a riqueza da própria força humana de trabalho e que, no caso da luta de emancipação dos trabalhadores, passa pela redução radical da jornada de trabalho e visa chegar sistematicamente até à extinção do tempo de trabalho e à instituição do tempo livre.


As associações de dependentes ou usuários visam se constituir em processos de emancipação da dependência ou do uso que se desenvolvem como obra de emancipação dos próprios dependentes ou usuários e esta é novamente outra coincidência com o movimento de emancipação dos trabalhadores e com os pensadores Marx & Engels desse movimento de emancipação dos trabalhadores.


A saída da menoridade e conquista da maioridade é um processo de emancipação pessoal, individual e também social, comunitário, ou seja, é tanto uma obra pessoal e individual quanto uma obra social e comunitária. Aliás, é uma obra em processo e não uma obra acabada, de modo que efetivamente só poderá se tornar completa quando por toda parte a sociedade e a comunidade tiver se libertado do uso e dependência das drogas, quer dizer, tiver limitado o uso e a dependência das drogas por meio da emancipação das mesmas e não por ter deixado de produzi-las, já que elas possuem usos medicinais ou podem ser usadas por outros não-dependentes e, eis o principal, elas podem ser usadas pelos dependentes e usuários, porque a emancipação ou libertação da dependência ou uso não se faz eliminando a sua produção. Coincidência notável, os primeiros movimentos de emancipação dos trabalhadores tentaram destruir as fábricas para se libertar delas, mas tiveram como reação contrária o aumento do número de fábricas por toda parte. A tentativa mais consistente do movimento de emancipação dos trabalhadores foi a redução radical da jornada de trabalho e é possível que venha a ser por meio dele que se chegue à eliminação da jornada de trabalho por meio da completa automatização da produção. E, desse modo os trabalhadores conseguiriam se igualar aos dependentes por conseguirem deixar por completo de fazer uso do trabalho como os dependentes de drogas deixam por completo de fazer uso de drogas.


Porém, o que ocorre nos movimentos dos trabalhadores é que deixam de ser organismos independentes dos trabalhadores e se tornam organismos dependentes dos mais diferentes interesses e negócios, quer dizer, deixam de ser organismos de luta pela emancipação ou maioridade e se tornam organismos de manipulação da dependência ou menoridade. E este é o principal problema nos países que entraram e se firmaram na menoridade ao fazer a sua Independência, como no caso dos países latino-americanos, onde os organismos dos trabalhadores são todos atrelados ao Estado ou pelegos dos patrões. Os partidos políticos dos trabalhadores, tenham os mais diversos nomes ou as mais diferentes denominações, são todos partes desses organismos atrelados ao Estado e aos patrões ou são satélites que ficam à margem deles e funcionam como auxiliares deles.


Não existem outras alternativas, exceto aquelas que conduzem à manutenção e/ou aprofundamento da menoridade e dependência. Como se aplica nesses países esse processo de emancipação da menoridade e dependência? Essa é a questão!



A farsa nos deixa sem esperança, imersos na teoria da conspiração e no ceticismo




O financiamento dos movimentos sociais que costuma se apresentar como resultado da cooperação mútua dos seus membros e da solidariedade social aos movimentos pode ser efetivamente resultado de um conjunto de contribuições oriundas na origem da corrupção pública e privada.


Um belo e atraente movimento social que se mostra um crítico sem igual do status quo (incluindo neste a esquerda governista) pode em pouco tempo vir a se revelar um movimento que recebe parte de seus fundos precisamente do status quo (inclusive da esquerda governista).


Mais ainda, movimentos inovadores e de tipo anarquista ou que demonstram distância crítica da atividade política, porque a colocam sob suspeição, podem vir a se revelar como movimentos dependentes da atividade política da esquerda governista.


Precisamente por ser a farsa uma característica social latino-americana, ou seja, o caráter social latino-americano é o do sem caráter e amoral, é o do farsante e, por isso, todo movimento organizado deve manifestar essa sua característica social de ser uma farsa, amoral e sem caráter.


Como então se torna possível criar o novo onde só se cria o velho? Como se cria o novo onde toda atividade está voltada para criar o velho? Como?! Socorro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



Farsantes




Os farsantes são aqueles que, no novo mundo da América Latina, só conseguem "criar" o velho mundo, são atores carnavalescos que interpretam com as fantasias do velho mundo, são farsantes sem caráter e sem moral que são considerados os heróis do modernismo e do tropicalismo. Eles se consideram atores que só sabem interpretar o velho mundo, quer dizer, que só sabem manipular, burlar e é isso que os define como heróis sem nenhum caráter e sem moral. 


No Brasil, os farsantes que estão atualmente em evidência são os políticos que compõem a base dos partidos aliados do governo. Os farsantes de esquerda, por se apresentarem como aqueles que criam o novo e, na verdade, se limitarem a interpretar o velho mundo, quer dizer, se limitarem a manipular com sua fantasia de esquerda, de inovadores, vem a ser os mais heroicamente sem caráter e sem moral dentre o conjunto dos farsantes ou políticos. Mas, em todos os poderes, "... se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão...".


Criar o novo no novo, criar o novo no velho e criar o velho no novo




Criar um novo mundo no novo mundo é o feito dos EUA. Criar um novo mundo no velho mundo é o feito da revolução francesa de Napoleão Bonaparte. Criar um velho mundo no novo mundo é o feito dos processos latino-americanos de Independência da Espanha e de Portugal.


A facilidade de criar o novo no ambiente novo aproxima e faz coincidir a mudança inovadora com a interpretação inovadora de modo que, para o criador inovador, mudar o mundo é o mesmo que interpretar o mundo, já que para ele não existe diferença entre mudança e interpretação, então ele é direto porque sua interpretação é mudança e sua mudança é interpretação. Um exercício ou uma prática pura e simples do eu, da subjetividade, do puro e simples egoísmo.


A dificuldade de criar o novo no ambiente velho afasta e faz dissociar a mudança inovadora da interpretação conservadora de modo que, para o criador inovador, mudar o mundo é diferente de interpretar o mundo, então ele é direto e é ele mesmo quando vai mudar o mundo mas é indireto e diferente dele mesmo quando interpreta sua mudança do mundo, isto porque o novo mundo é antes de tudo sua subjetividade e o velho mundo é antes de tudo sua objetividade e para a sua subjetividade criar o novo mundo ela precisa sair de si mesma e entrar na objetividade, a qual, por sua vez, é o velho mundo que, para ser mudado, precisa deixar de ser objetivo e entrar na subjetividade. Um exercício ou uma prática mais complexa do eu, da subjetividade, do egoísmo cindido na forma duma esquizofrenia paranoide entre o autêntico e o farsante etc.


A facilidade de criar o velho no ambiente novo esconde a dificuldade/incapacidade de fazer mudança inovadora e só demonstra a capacidade de fazer interpretação conservadora de modo que, para o criador conservador, mudar o mundo é apenas e exclusivamente interpretar o mundo, já que para ele só existe criação do velho ou da interpretação do mundo, então, para ele, interpretar o mundo é escolher entre as interpretações existentes e vestir e combinar as diferentes interpretações no novo ambiente. Um exercício ou uma prática do eu, da subjetividade, do egoísmo como mera farsa, pura antropofagia, puro tropicalismo, simples consumismo, a pura e simples alegria de ser farsante e farsa. A mudança e/ou o novo, nesse caso, se encontra no ambiente novo, na objetividade do novo mundo e o ser objetivo do novo mundo ou o ser objetivo da mudança pode e deve ser encontrado objetivamente desnudo de interpretações e sob todas as interpretações e roupagens do ser subjetivo do velho mundo, ou seja, o ser objetivo da mudança, da inovação ou do novo mundo que pode e precisa ser encontrado é o ator.


Faltou falar de criar o velho no velho.



sábado, 3 de outubro de 2015

E quem acredita?!




- Não acredito!


Foi o que respondeu quando disse que Milton Friedman era o autor da proposta de concessão duma renda aos pobres para que estes pudessem participar da economia por meio do consumo de mercadorias. Um misto de surpresa e de tédio apareceu dentro de mim, quando ele acrescentou que o Bolsa Família era atacado pela direita e que esse boato a respeito do Friedman era e servia a alguma armação da direita. Até recentemente era tradicional a esquerda recusar "esmolas", recusar ou, pelo menos, minimizar as propostas feitas pura e exclusivamente em torno do consumo e, em lugar disso, não só aceitar mas, mais ainda, exaltar as propostas baseadas exclusivamente ou em torno da associação com a produção, de modo que a esquerda adotava como seu um princípio do trabalho, ainda que fosse duro e cruel, que declarava "quem não trabalha, não come!", claro que admitia as exceções - as quais aliás, seriam crescentes numa sociedade socialista - que seriam sanadas pela previdência social. Então, ainda que a esquerda fosse a primeira a ser contra as propostas de concessão de renda ou de bolsa para os pobres, era a esquerda quem admitia que o socialismo ou a sociedade socialista iria proporcionar renda ou bolsa de forma crescente e de acordo com a necessidade de cada um. (Ver https://pt.wikipedia.org/wiki/Milton_Friedman ; http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1541 ; http://www.teoriaedebate.org.br/materias/economia/imposto-negativo-garantia-de-renda-minima?page=full ; https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=friedman ; https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=friedman+imposto+negativo)


O misto de surpresa e de tédio dentro de mim só cresceu e me deprimiu porque ficou claro que se trata de acreditar ou de não acreditar em algo, logo, se trata exclusivamente de fé, de religião, de ideologia, de imaginação ou de representação da consciência, quer dizer, se trata sempre de farsa e nunca de algo autêntico e que tenha relação com o ser, com a ciência, com a materialidade, com a realidade ou com a percepção sensível da consciência.


Farsa é como podemos verificar que foi o processo de Independência na América Latina, tanto da área de colonização da Espanha quanto da área de colonização de Portugal. ou seja, as repúblicas espanholas tiveram como modelo e imitaram a figura do Libertador Napoleão Bonaparte, então, os "Libertadores da América Espanhola" estavam todos fantasiados de Napoleão Bonaparte, eram todos crentes em Napoleão Bonaparte; por sua vez, a Independência do Império do Brasil teve como modelo e imitação o Reino Unido da Grã-Bretanha que foi instituído como Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, ou seja, a Corte Portuguesa veio para o Brasil protegida pela armada inglesa e aqui tratou de ter por modelo e de imitar a Inglaterra ou, até mesmo, o Rei Jorge III que se casou com uma nobre que também se chamava Carlota (ver https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlota_de_Mecklemburgo-Strelitz ; https://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_III_do_Reino_Unido ; https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=rei+ou+rainha+da+inglaterra+em+1808) quem sabe se é ou não mera coincidência, o destino da fé ou o acaso da história?!


A Independência na América Latina parece ser uma Farsa que aprisiona e transplanta o "Velho Mundo da Europa" nesse "Novo Mundo", enquanto que a Independência dos Estados Unidos parece ser uma Tragédia que libera e transplanta o "Novo Mundo da Europa" nesse "Novo Mundo". Talvez, por isso, os latinos americanos pareçam estar sempre fantasiados, pareçam estar sempre num carnaval, pareçam ser eternos carnavalescos, enquanto que os estadunidenses pareçam estar sempre expressando a si mesmos, pareçam estar sempre dando testemunhos diretos, pareçam ser eternos representantes diretos de si mesmos ou eternas testemunhas diretas da percepção sensível.


A revolução francesa tentou combater o antigo regime com sua república mas acabou adotando o exercício do terror do próprio antigo regime que combatia. Com Napoleão Bonaparte a república da revolução francesa, que havia se inspirado na Roma antiga, passa a adotar o império, igualmente imitando a Roma antiga. E é sob essa forma de império ou de poder direto do antigo regime que pretende expandir por toda a Europa a revolução francesa. A guerra da Inglaterra contra a França de Napoleão pode ser vista como guerra entre uma Monarquia Constitucional, cujo poder imperial é exercido muito mais pelas instituições parlamentares ou de forma republicana do que pelo monarca, e uma República Imperial, cujo poder imperial é exercido muito mais pelo imperador do que pelas instituições parlamentares republicanas. O poder do rei na Inglaterra é visto como meramente simbólico e o verdadeiro poder é visto como sendo o do parlamentarismo inglês. Já o poder de Napoleão é evidentemente visto como realmente verdadeiro e o poder dos parlamentares franceses é visto quase como meramente simbólico.


Os Estados Unidos com sua Independência instituíram uma República que não só rompia com a Inglaterra mas também com a Farsa de sua Monarquia simbólica, de modo que na sua República tinham poder verdadeiramente real tanto os parlamentares quanto o presidente da República. Já nas Repúblicas Libertas de Espanha eram os Libertadores ou presidentes que tinham mais poder do que os parlamentos e os parlamentares, ou seja, imitavam o poder imperial de Napoleão Bonaparte. Ainda que, no Império Liberto de Portugal, o imperador do Brasil tivesse poder inclusive para outorgar a Constituição, seu poder era efetivamente contrabalançado pelo parlamentarismo, mas, apesar disso, foi o poder imperial e não o parlamentarista quem fez a Abolição da Escravatura no país; porém, foi igualmente aí que o Império sofreu um golpe que instituiu a República. E cabe pesquisar e descobrir se a instituição da República foi feita para contrapor ao poder imperial o poder presidencial ou para aumentar o poder dos parlamentares? Saber se o aumento do poder presidencial, que ocorreu historicamente, era uma contraposição ao parlamentarismo imperial ou ao próprio poder do imperador? Aparentemente os parlamentares exerciam maior poder durante o Império do que durante grande parte da República no Brasil, ou seja, o Império no Brasil seguiu mais o modelo inglês e a República no Brasil seguiu mais o modelo francês, aliás, os republicanos eram seguidores da doutrina positivista do francês Auguste Comte.


A França revolucionária quis implantar a República inspirada no feito dos Estados Unidos, mas estes se encontravam num novo mundo e os revolucionários da França estavam no velho mundo. Introduzir um novo mundo num velho mundo é muito mais difícil do que introduzir um novo mundo num novo mundo. Neste último caso, os agentes se encontram em pé de igualdade com os pacientes, quer dizer, existe enorme coincidência entre as mudanças das circunstâncias e as mudanças da atividade humana ou a autotransformação humana. Já no caso francês, os agentes ou pacientes revolucionários se encontram em contraposição com os agentes ou pacientes de todas as circunstâncias e educação reacionárias do mundo existente, a relação é inteiramente desigual porque as circunstâncias e a educação do novo mundo precisam se introduzir e se implantar nas circunstâncias e educação do velho mundo. O embate entre revolução e reação é um embate entre mudança e interpretação que se desenvolve de um modo que leva a mudança criadora de novas circunstâncias e educação a adotar uma nova interpretação repetidora das velhas circunstâncias e educação para poder levar a mudança para dentro e a agir por dentro das velhas circunstâncias e educação de modo que admitam uma nova interpretação e, desse modo, sejam mudadas e possam vir a ser instituídas novas circunstâncias e educação de um novo mundo no velho mundo. De um lado, sob o período do Terror, os revolucionários perseguem os próprios revolucionários vendo neles os inimigos disfarçados, quer dizer, vendo neles farsantes e querendo, desse modo, que só tenham vida aqueles que são autênticos. De outro, sob Napoleão, a revolução se disfarça de antiguidade imperial e persegue todos os inimigos reacionários do velho mundo e coloca no lugar deles exercendo o poder uma nobreza falsa para expressar e expandir a revolução disfarçada de antiguidade imperial.


A guerra de autodestruição dos revolucionários da época do Terror visava acabar com os farsantes e afirmar os autênticos. Já as guerras napoleônicas são guerras de um autêntico revolucionário farsante que pretende acabar com os reacionários através de instituições farsantes que podem ser vistas como instrumentos que trazem para dentro do velho mundo uma guerra de autodestruição dos reacionários europeus.


Isto que começou com o militar Napoleão Bonaparte, pode ter sido adotado primeiro por Leon Trotsky, quando fez uso do uniforme na qualidade de comandante do Exército Vermelho e, em seguida, por Josef Stálin, Mao Tsé Tung, Marechal Josip Broz Tito, Kim Il Sung, Fidel Castro, Che Guevara, Daniel Ortega etc. Mas, com certeza, o uso do uniforme militar não só permite como, o que é mais importante, legitima que o exercício do poder seja imperial e não mera, pura e simplesmente parlamentar.


"O emprego está morrendo no capitalismo desenvolvido" significa dizer que a produção industrial automatizada está tirando a força humana de trabalho da produção industrial e substituindo-a por máquinas automatizadas, por robôs ou pela força maquinal de trabalho. Ora, se isso acontecer com toda a produção industrial então não haverá mais como extrair mais-valia e/ou lucro da força humana de trabalho, logo, não haverá mais valor nem produção de mercadorias. Porém, isso não acontece com toda a produção industrial e, assim, a produção industrial não inteiramente automatizada permanece extraindo mais-valia da força humana de trabalho, permanece produzindo valor, permanece produzindo mercadorias que são trocadas pelas produzidas pelas indústrias inteiramente automatizadas de modo que a mais-valia e/ou o valor é transferido para os donos da produção inteiramente automatizada sendo, aliás, precisamente esta transferência da mais-valia ou do valor que legitima a condição de donos da maquinaria automatizada da qual desfrutam, já que se não houvessem trocas entre a produção inteiramente automatizada e a ainda não inteiramente automatizada não haveria nenhuma mais-valia ou valor circulando no ambiente da produção automatizada porque se ninguém é pago para produzir algo ou se ninguém vende sua força humana de trabalho, então toda a produção automática é gratuitamente produzida e, para pagá-la, é preciso que o dinheiro, o salário ou a renda do antigo vendedor da sua força humana de trabalho também exista e seja recebido gratuitamente, caso contrário, a produção automática gratuitamente produzida só pode e deve ser gratuitamente consumida. No entanto, na atualidade os donos da produção inteiramente automatizada permanecem donos da mesma precisamente porque fazem trocas com a produção ainda não inteiramente automatizada, ou seja, trocam o tempo livre do trabalho da produção automática pelo tempo de trabalho sem liberdade da produção ainda não automática, trocam tempo livre por tempo de trabalho, mas, desse modo, ainda que estejam vivendo num sistema de trocas de mercadorias, eles não deixam de, com a produção automática, estar aumentando a automatização da produção ainda não inteiramente automática nem deixam de, com a produção não automática, estar aumentando o trabalho humano da produção automática. Ou seja, o capital, mesmo quando o tempo livre se torna a medida da produção, continua negando que a produção possa ser medida pelo tempo livre e usa como medida da produção o tempo de trabalho. Porque? Porque é a única forma que lhe resta para garantir que a produção ainda é uma produção de valor, quer dizer, obtida pela extração de mais-valia da força humana de trabalho durante seu tempo de trabalho. Porém, a própria lógica da produção ainda não automática é a de reduzir o tempo de trabalho e aumentar o tempo livre. E mesmo quando a produção automática resiste aumentando o tempo de trabalho, oriundo da produção não automática, no seu meio ambiente ela, ao mesmo tempo, só pode fazer isso aumentando o tempo livre da produção automática no meio ambiente da produção não automática, portanto, a tendência mais forte é a da produção automática e a importação de tempo de trabalho que ela faz da produção não automática é cada vez menor porque ela só faz tal importação por meio da exportação da produção automática para o meio ambiente da produção não automática.


As propostas de imposto negativo, de renda mínima, de renda universal etc. que vem proliferando em países desenvolvidos da Europa e nos Estados Unidos também vem sendo aplicadas em países ditos em desenvolvimento como o Brasil & outros que fornecem bolsas ou renda para quem não possui renda. O desemprego estrutural não é um problema restrito aos países desenvolvidos e o que acontece quando a China, considerada o carro que puxa toda a produção industrial, resolve reduzir sua produção? Certamente, ela começa a aumentar sua produção automática e a reduzir seu emprego estrutural de força humana de trabalho, então, sua produção por ser automática pode até aumentar ao mesmo tempo que aumenta o tempo de livre de sua forças humanas de modo que ela poderá inicialmente fazer o que já fizeram e fazem outros países que é aumentar o emprego no chamado setor de serviços, quer dizer, aquele ligado ao consumo e à manutenção dos produtos de consumo e dos usuários do consumo ou à manutenção dos consumidores. Mas, em todos estes casos, se trata sempre das diferentes formas assumidas ou pelas quais passa ou pode passar a transferência de mais-valia/de valor, ou seja, no processo de produção de mais-valia ou valor está ocorrendo uma redução na mais-valia ou valor produzido, já que o que está ocorrendo é basicamente uma pura e simples transferência da mais-valia ou valor produzido e não um aumento da mais-valia ou valor produzido.


A que resultado cheguei com o meu misto de espanto e tédio?! E com esse resultado posso afirmar o mesmo que ele afirmou, mas, em lugar de afirmar uma qualquer fé, vir a afirmar precisamente o contrário que é o mais pleno ceticismo, logo também:


- Não acredito!


PS/OBS.: O fato de o Neoliberalismo ter como principal alternativa o Fundamentalismo Islâmico é algo que deveria chamar muito a atenção dos pensadores. Parece até algo planejado já que o Liberalismo no início tinha como principal alternativa os resquícios feudais do Absolutismo e do Antigo Regime. Ora, os Fundamentalistas Islâmicos são comparados precisamente aos Absolutistas e Feudalistas do Antigo Regime. Fé cética versus fé religiosa?!



Pessimismo ou realismo?!: Farsa!!!???




Na "Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel" Marx diz que na Inglaterra a economia política visa combater os monopólios e que na Alemanha a economia nacional visa constituir os monopólios.


Na luta anti-colonial de Independência dos Estados Unidos se faz o combate ao monopólio da Inglaterra, mas na hora de se constituir e desenvolver os Estados Unidos como Estado-Nação entra em cena uma tendência que defende o monopólio da economia nacional versus a anterior que na luta anti-colonialista de Independência defendia a economia política sem monopólio.


A economia nacional alemã acusa a economia política inglesa de imperialismo colonialista e, com medo e para evitar o monopólio do mercado alemão pela economia politica inglesa, passa a defender o monopólio do mercado alemão pela economia nacional alemã.


Os Estados Unidos independente desenvolve sua economia política livre de monopólios coloniais ao mesmo tempo que desenvolve sua economia nacional presa a monopólios nacionais. Alguns verão identidade entre a economia nacional alemã de Friedrich List e o protecionismo monopolista estadunidense de Alexander Hamilton, a começar pelo próprio List que considera Hamilton como precursor de sua economia nacional.


Os donos da Gazeta Renana, segundo Maximilien Rubel no seu "Karl Marx, essai de biographie intellectuelle", hesitaram algum tempo entre escolher Friedrich List ou Karl Marx como redator-chefe da Gazeta Renana. Ora, List era defensor da economia nacional e Marx era claramente um liberal radical que, na obra citada acima, defendia a economia política contra a economia nacional.


Marx nunca considerou o "imperialismo como estágio supremo do capitalismo" nem como um estágio anterior e/ou menor do capitalismo. Aliás, Marx chegou a caracterizar o "imperialismo" como uma política deliberada do sobrinho de Bonaparte que ficou conhecido com Napoleão III. E este imperialismo do "farsante", pois era como chamava Napoleão III, ele considerou como sendo o mesmo que foi adotado e desenvolvido por Bismarck, ou seja, para Marx o imperialismo era o monopolismo da economia nacional que se afirmava fazendo guerras como fez Napoleão III e Bismarck. O imperialismo destes dois "bonapartistas" tinha por modelo Napoleão Bonaparte. É algo muito curioso, mas é um fenômeno famoso, durante um longo período foi muito comum encontrar em instituições psiquiátricas inúmeros pacientes que julgavam ser Napoleão Bonaparte.


O imperialismo da economia nacional ou a economia nacional imperialista original é o responsável pelas guerras napoleônicas ou pela era napoleônica, ou seja, sua origem foi a revolução francesa. Foi esta que trouxe à tona Napoleão Bonaparte e foi este que, com sua guerras de conquista, espalhou a revolução burguesa pelo continente europeu e que impôs o bloqueio continental à Inglaterra, além disso, Napoleão foi derrotado por um inglês, o duque de Wellington, na batalha de Waterloo. As independências dos países da América Latina estão inteiramente comprometidas com o período de Napoleão. A Inglaterra ajudou a Corte portuguesa a se transferir para o Brasil elevando a Colônia à condição de Metrópole, de modo que a Independência do Brasil se tornou resultante desta hospedagem da Corte, o que também fez o Brasil independente se assumir como um Império. A Corte espanhola não teve como fugir da invasão napoleônica e perdeu o poder para o invasor. Com o Bloqueio Continental feito contra a Inglaterra e sem a interferência da Metrópole espanhola nas suas Colônias nem uma marinha francesa que pudesse interferir nas Colônias o que passou a ocorrer nelas foi uma espécie de explosão de figuras inspiradas em Napoleão Bonaparte, as quais, tais como ele, se assumiam como o Libertador.


O Brasil deixou de ser Colônia monopolizada pela Metrópole e se tornou a Metrópole monopolizadora. Por isso, quando Portugal quis rebaixar o Brasil teve lugar a Independência que manteve o pais na condição de Metrópole monopolizadora. O Brasil, na verdade, ao ser elevado à condição de Metrópole passou a desenvolver o livre comércio diretamente com a Inglaterra, ou seja, saiu da condição de Colônia monopolizada pela economia nacional da Metrópole e se elevou à condição de Metrópole monopolizadora aberta para a economia política da Inglaterra.


As Colônias espanholas com a tomada da Metrópole por Bonaparte, com o Bloqueio Continental da Europa e sem marinha para superar a inglesa deixaram de ser monopolizadas pela Metrópole mas não se tornaram Metrópole monopolizadora. Deixaram de ser monopólios da economia nacional da Metrópole, mas não se elevaram à condição de Metrópole monopolizadora aberta para a economia política da Inglaterra, até porque a Metrópole espanhola sempre foi adversária da economia política inglesa, logo, mais próxima e identificada com a economia nacional francesa. Mas, também não se elevaram à condição de economia nacional da Metrópole monopolizadora e sim se fragmentaram em diferentes países libertos da economia nacional da Metrópole monopolizadora querendo se elevar à condição de economia nacional monopolizadora, quer dizer, países libertos da economia nacional da Metrópole que em lugar de querer para si mesmos a economia política preferiram querer para si mesmos a economia nacional, de modo que cada qual ficou com seu próprio monopólio econômico nacional e não todos com a economia política dos monopólios dissolvidos entre todos.


Pequenos Bonapartes com a correspondente economia nacional francesa foram transplantados para as ex-colônias espanholas e um pequeno reino unido britânico (Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves) com sua correspondente economia política inglesa foi transplantado para a ex-colônia de Portugal.


Os processos de Independência da América Latina parecem Farsas pela incapacidade desses países de afirmar sua Independência, quer dizer, de serem notados efetivamente como um "novo mundo". Pelo contrário, foi a crise do "velho mundo" que eles precisaram absorver e, assim, foram obrigados a adotar a posição de Independência para sobreviver à crise do "velho mundo" e, principalmente, para que o "velho mundo", apesar da crise, sobrevivesse neles.


Pessimismo ou realismo?!